quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

'Pede pra sair' vira ‘ask to quit’ ...

Sob o título “The elite squad”, ”Tropa de elite” não foi unanimidade, mas causou sensação no Festival de Berlim, onde estréia nesta segunda-feira (11). Apesar de os inesquecíveis bordões do Capitão Nascimento terem sido todos narrados ou traduzidos com neutralidade, a reação da crítica foi positiva. Exibido para a imprensa presente no evento na manhã desta segunda, “Tropa de elite” recebeu legendas em alemão e foi narrado em inglês, francês e espanhol por meio de fones de tradução simultânea. Não é preciso nem dizer que metade do charme do filme se perde na tradução. Em inglês, "pede pra sair" virou "ask to quit". "O senhor é um moleque" virou "you're punk”. A goiabada servida no quartel da polícia virou “fresh jelly” e “o fogueteiro” do tráfico virou “the boywatcher”. A essência do primeiro longa-metragem de ficção do diretor José Padilha não se perde. Já a piada...

"O senhor é um fanfarrão" virou algo como "you're a buffoon". Sem contar que a maioria das expressões que fazem do filme um dos mais citados do cinema brasileiro recente não foi simplesmente traduzida. Pudera, como traduzir, e narrar, ao mesmo tempo, expressões como “vaza”, “xaveco”, "caveira!" (o grito de guerra do Batalhão de Operações Especiais da Polícia do Rio era simplesmente ouvido, mas não houve como explicar para a platéia o que significava o tal grito toda vez que ele era repetido no filme?) e “nunca serão” (a provocação dos veteranos aos novatos virou um insosso "never will be”). Sem contar que "põe na conta do papa" não tem a mínima graça quando traduzido para "on the pope's account". A narradora do filme em inglês se esforçou, mas como seguir o ritmo de "O Bope tem guerreiros que defendem o Brasil"? Ela até que tentou, mas sem a mesma empolgação dos pupilos do Capitão Nascimento. E para citar só mais algumas, digamos, lacunas da versão para o inglês, "pega o saco", "traz o saco para ele" (a “delicada” tática de persuasão usada pelo Bope no filme) virou "bring the plastic bag". Safado virou “asshole” e “quebra essa” virou “can you see my point”.


Reação positiva
A imprensa estrangeira, obviamente, não entendeu metade das tiradas hilárias do Capitão Nascimento, mas adorou a “cena da granada”, um dos pontos altos do filme dirigido por Padilha (que veio ao festival acompanhado dos atores Wagner Moura e Maria Ribeiro, do diretor de fotografia Lula Carvalho e do produtor Marcos Prado). Mesmo com o esforço dos narradores para acompanhar o pensamento frenético de Nascimento, muita gente não entendeu muito bem os diálogos. "O início é muito difícil. O capitão explica tantas coisas. E a ação acontece simultaneamente. Além disso, a versão em inglês foi narrada por uma mulher, e filme é quase todo masculino. Isso faz perder o impacto", reclamava um jornalista britânico ao fim da sessão. Houve quem discordasse. "Mas este filme é quase uma “didascalia” (legenda em italiano), ou seja, explica muita coisa. Sem a legenda e com narração por cima do que os personagens falam fica parecendo sessão do século passado. Prejudica sim", rebateu um italiano. "Não é culpa do filme, mas da estrutura de legendagem e narração", comentou um espanhol.



É dublagem ... é uma merda!

10 comentários:

Anônimo disse...

Não sabia que filmes do br tambem sofriam essa discrepancia lá fora...
pq os de fora sobrem mto até mesmo legendados ...

flws

Fellipe Nashton disse...

Pior que é!!!!

Anônimo disse...

Dublagem é sempre assim, nunca fica perfeito, muitas coisas se perdem...

Ronaldo disse...

pois é, dublaram para eles como dublam para nós e nãoa charam graça como não achamos de coisas deles, tinha que cada um ficar na sua, melhor ;0)

Bernardo Lima disse...

não sei se ficou tão legal quanto o original, essas traduções pra eles, mas é sempore legal saber que o cinema brasileiro cresce a cada da...
vlw!

http://reflexoesdeumlouco.blogspot.com

Naah disse...

Perde toda a graça do filme quando tem dublagem, ainda mais em tropa de elite que tem bastante gírias, a mesma coisa qdo filme de lá vem dublado pro Brasil, nunca é a mesma coisa!

Muito bom o seu blog...
Beijos!

Bruno Moura disse...

Matem A Dublagem. huaHAUhauhAU

Valeu Pelo Coments

Anônimo disse...

Feliz por ver que os filmes brasieliros estão melhorando...E muitos são sensacionais, como "Trair e coçar, é só começar"...hihihihi

Abraço

http://umpacheco.blogspot.com/

ED CAVALCANTE disse...

NÓS TEMOS PROBLEMAS SÉRIOS COM ESSA COISA DA LEGENDA OU DÁ TRADUÇÃO SIMULTÂNEA. LEMBRO-ME DA CERIMÔNIA DO OSCAR, AQUELAS PIADINHAS TOTALMENTE VOLTADAS PARA O CONTEXTO DA SOCIEDADE ESTAOSUNIDENSE, NÓS FICAMOS COMO BOBOS VENDO OS OUTROS RINDO. DEVE TER SIDO O SENTIMENTO DA PLATÉIA QUE VIU O TROPA DE ELITE, QUE EUDETESTEI!

Edu D'ant disse...

Realmente o audio original e os bordões do capitão nascimento da uma diferença para o filme...
foi muito prejudicado realmente, por falta de profissionalismo da parte dos tradutores...

esse é triste...